sexta-feira, 16 de abril de 2010

Seminário "Bar é Cultura" no Sacolão das Artes - segunda-feira, dia 26 de abril

Na segunda-feira, 26 de abril de 2010, por iniciativa do GOVV, foi realizado no Sacolão das Artes o 1º Seminário de Bares, Sociedade Civil e Poder Público em Busca da Paz.Neste dia o Sacolão das Artes recebeu muitos donos de bares, representantes de entidades sociais da região, autoridades da área de segurança e representantes do Poder Público, inclusive com a presença do subprefeito de M'Boi Mirim.
Além de abordar a pauta sobre regularização de bares o evento também contou com a assinatura simbólica de um documento de Cessão de Uso do Sacolão das Artes para o seu atual Coletivo Gestor, representado juridicamente pela Cooperativa Paulista de Teatro, e o anúncio oficial do início das obras de reforma do telhado do espaço.
O ato de assinatura foi realizado pelo subprefeito Beto Mendes e o presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, Ney Piacentini.
Na sequencia da assinatura Ney Piacentini fez uso da palavra para ressaltar
a importância daquele momento para a Cultura da cidade.

O evento também contou com a participação da bateria mirim comandada pelo Tonhão.

Abaixo segue reprodução da fala feita por Ademir, em nome do Sacolão das Artes, após a assinatura do documento de Cessão de Uso:

Não se pode falar em diminuição de violência, dessa violência explícita e sanguinária que amedronta a população, sem falar da violência silenciosa, ignorada por muitos: a violência da privação de direitos, entre eles, o direito à cultura.

Daí a importância de espaços como esse – o Sacolão das Artes – que tem garantido a população da cidade de São Paulo e, principalmente, a população do Parque Santo Antônio esse direito: o direito de acessar bens culturais e o direito de produzir cultura.

O formato diferenciado de gestão desse espaço, que se dá de modo cooperativo e não hierarquizado, a partir de decisões tomadas por um Coletivo Gestor com base na participação de grupos culturais, lideranças comunitárias e moradores da região, tem garantido a manutenção de uma programação cultural qualificada, que não se orienta por demandas de mercado e nem de Estado, que valoriza mais o conteúdo do que a quantidade, que valoriza mais a riqueza dos processos de criação do que a efemeridade dos espetáculos, que trata o seu público não apenas como consumidores de bens e serviços culturais ou contribuintes, mas como cidadãos portadores de direitos e criadores de cultura.

E daí a importância desse momento, em que esse Coletivo Gestor do Sacolão das Artes recebe essa cessão de uso, demonstrando o reconhecimento, por parte da sociedade e dos seus representantes no poder público, da importância de espaços como esse para a cidade.

Espaços em que a individualidade, a competitividade e o pragmatismo, tão valorizados no mundo contemporâneo, cedem lugar ao cultivo da coletividade, da cooperação, da participação, da igualdade de direitos, do pensamento livre. Ao cultivo da humanidade.

Não somos máquinas. Somos homens e mulheres.

Que o Sacolão das Artes sirva de exemplo para a criação de mais espaços de humanidade na cidade de São Paulo.

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